Muitos se perguntam acerca da tradição católica que insiste em manter as imagens do crucificado na cruz. Mas se ele ressuscitou qual o fundamento de tal representação?
Mantém-se o Cristo da Cruz, crendo com vivacidade na sua ressurreição. Mantém-se o Cristo na cruz diante de tantos sofredores e sofredoras que são sufocados pelas injustiças sociais. Mantém-se o Cristo na cruz como insistência de ressurreição diante daqueles que estão sendo ceifados lentamente pelo uso desregrado de álcool e drogas. Mantém-se o Cristo na Cruz porque o povo ainda sofre com a corrupção e a ganância, sofre com as enchentes que levam seus bens materiais e insiste em por a prova as esperanças. Mantém-se o Cristo na Cruz porque ainda há muitas pessoas passando fome, sem ter onde morar, sem atendimento médico agilizado e humanizado.
A pergunta certa seria: até quando manteremos esse imenso quadro de crucificação de jovens, crianças, homens e mulheres?
O Cristo crucificado é a expressão mais viva e atual do cenário social, político e econômico do nosso país.
O Cristo estará na Cruz o tempo que for necessário para alertar a humanidade sobre a necessidade de buscar ressurreição, vida nova e digna, pautada pelo direito e pela justiça.
Afinal, a cruz não é o fim, mas o meio para se alcançar a verdadeira vida.
Leandro Johansen